A taxa de suicídio é maior em pessoas do sexo masculino — a média global é de 15 homens para 8 mulheres a cada 100 mil pessoas. É possível deduzir que um dos principais motivos para essa diferença seja a resistência de alguns homens em falar dos próprios sentimentos e a negligência com sua saúde mental.
Essa inibição vem muito da associação com fraqueza para boa parte da sociedade, levando muitos a imaginarem que não estar mental e emocionalmente bem faz dos homens menos dignos de respeito.
As emoções contidas levam as pessoas a situações que prejudicam sua saúde mental e física, bem como as relações sociais, familiares e profissionais. Depressão, vícios em álcool e drogas, como escape da realidade, além de comportamentos violentos são algumas das consequências.
TABUS
“Homem forte não chora” e “psiquiatra é médico para louco” são concepções enraizadas no imaginário não só de alguns homens, como também de uma parcela considerável da sociedade.
É comum o homem preferir culpar um problema físico, como dor nas costas, para justificar sintomas que podem ser de transtornos mentais — e nem sempre são perceptíveis.
Muitos desses transtornos podem ter como causa fatores biológicos, e não serem percebidos pelas pessoas próximas e, em alguns casos, nem mesmo pela própria pessoa. Isso evidencia a necessidade de “quebrar” esses tabus, inserindo esse assunto nas pautas do cotidiano. Afinal o indivíduo tem que se sentir seguro em ser ele mesmo e expressar o que sente para que qualquer sinal de transtorno mental seja notado.
A expressão “psiquiatra é médico para louco”, além de preconceituosa, é extremamente danosa, ofensiva e errônea, porque esse profissional atende pacientes com transtornos graves, mas também é responsável por cuidar de pessoas com depressão, distúrbios do sono e ansiedade, por exemplo.
Por que procurar um psiquiatra?
O psiquiatra é responsável por investigar o estado mental dos pacientes, analisando seu histórico a fim de apontar os possíveis quadros. Nessa avaliação, são levados em conta fatores biológicos, psicológicos e até culturais.
Os biológicos, geralmente associados com estresse no trabalho, pressão financeira, responsabilidade familiar, entre outros, podem prejudicar diariamente a saúde mental, levando a esses transtornos mentais, que precisam ser diagnosticados o quanto antes para que o paciente seja tratado adequadamente.
A disposição da consulta com o psiquiatra, médico especialista que entende as motivações do paciente, deve surgir antes de a situação se agravar. Pela análise clínica, o psiquiatra pode prescrever o tratamento adequado às suas necessidades. Lembrando que nem todo paciente precisa de medicação controlada.
Fique atento às interferências emocionais em suas atividades rotineiras, como insônia ou alterações de humor. Não negligencie sua saúde mental! Cuidar dela, prestando atenção nos sintomas, visitando o psiquiatra, se necessário, e dialogando com suas relações sociais são ações essenciais para o seu bem-estar e boa qualidade de vida.