Pode ser estranho pensar que alguém sofre com automutilação, ficamos imaginando o que essa pessoa está passando para chegar a esse ponto.
Geralmente, a compulsividade e os comportamentos repetitivos focados no corpo são transtornos psiquiátricos ligados a casos de distúrbios de ansiedade, depressão, problemas emocionais, transtorno obsessivo compulsivo.
Pesquisas mostram que fatores genéticos, neurobiológicos e comportamentais podem estar envolvidos nessa desordem.
A pessoa costuma agir em segredo. Apesar do alívio, esses pacientes frequentemente se sentem culpados ou constrangidos por esse comportamento.
Dois exemplos de automutilação são a tricotilomania, desejo frequente de arrancar pelos do corpo, como fios de cabelo, e de beliscar a pele, conhecida como “skin picking”. Esse hábito de repetição está associado ao alívio de estresse, tensão e outros sentimentos negativos.
Alguns dos sintomas perceptíveis em pessoas que sofrem com esses e outros transtornos de automutilação são:
cicatrizes e hematomas inexplicáveis;
uso de mangas longas e calças, mesmo em dias quentes (para ocultar as lesões);
manutenção de objetos cortantes a fácil acesso;
alegação de acidentes ou descuidos frequentes para justificar os ferimentos;
feridas que não cicatrizam;
couro cabeludo com falhas e danos (geralmente em áreas menos visíveis, como próximo da nuca);
comportamento impulsivo;
isolamento social;
instabilidade emocional.
Embora o assunto ainda demande estudos clínicos e epidemiológicos, a combinação da terapia cognitivo-comportamental (TCC) com alguns medicamentos antidepressivos e estabilizadores de humor tem sido utilizada para controlar o impulso e aliviar os sintomas da TTM.
Basicamente, a proposta da terapia cognitivo-comportamental (TCC) é ensinar o paciente a reconhecer pensamentos e sentimentos distorcidos e negativos (cognição) que funcionam como gatilhos e induzem o comportamento compulsivo e indesejável de arrancar os cabelos a fim de substituí-los por hábitos novos e inofensivos.
Enxergar o que não é visível
Estamos imersos em ambientes competitivos desde a infância, como a escola, a faculdade, o trabalho… Alguns lidam bem com a pressão, então os consideramos como exemplo do que devemos ser, criando parâmetros irreais.
Mas os problemas de saúde mental fogem do nosso controle, pois envolvem aspectos biológicos, psíquicos e sociais. Não basta ser o melhor no que fazemos, ter uma carreira de sucesso, se não cuidamos da nossa mente.
Prestar atenção nos sintomas, visitar um psiquiatra, se necessário, e conversar com pessoas do círculo social são ações essenciais para o bem-estar e a boa qualidade de vida de todo mundo.
Nem sempre os problemas são visíveis e ninguém está completamente imune aos problemas de saúde mental.
Não negligencie sua saúde mental! Cuidar bem dela!