Desde o início do século XXI, escuta-se falar que a depressão será o mal deste século. A mídia reproduz esse discurso e apresenta estatísticas que realmente comprovam o aumento de casos com o passar dos anos.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2021, estima-se que há mais de 300 milhões de pessoas depressivas no mundo, e que até 2030 esse número irá aumentar para 450 milhões de indivíduos, o que tornará a doença a mais comum mundialmente.
Ainda segundo dados da agência, o Brasil é o país da América Latina que mais apresenta casos de pessoas vivendo com a depressão: são 11,5 milhões de brasileiros diagnosticados, o que corresponde a 5,8% da população. Na América, o país tropical perde apenas para o Estados Unidos, que registra 5,9% da população com o transtorno (17,4 milhões de casos).
Mas afinal, o que é a depressão?
Momentos de tristeza são comuns na vida das pessoas. Os problemas e situações difíceis aparecem para todos, como por exemplo o luto após a morte de um ente querido, fim de um relacionamento, uma tristeza profunda por não ter conquistado um objetivo, entre outros casos. Em acontecimentos assim, é natural que o indivíduo fique triste.
Já a depressão ocorre independentemente das circunstâncias externas. Inclusive, o quadro depressivo pode ser intensificado a partir de uma situação externa, como as citadas anteriormente. Os sintomas da depressão doença vão além da tristeza comum e podem atingir cada pessoa de um jeito diferente.
Entre os principais sinais do quadro depressivo, pode-se citar o desânimo constante; desinteresse por aquilo que antes agradava, como por exemplo o lazer ou um hobby; a presença de sensações como angústia, ansiedade e preocupação excessiva; insônia ou sono excessivo; aumento ou diminuição do apetite. Esses são apenas alguns dos subtipos existentes da doença.
E por que a depressão ocorre?
A depressão biológica está relacionada com os neurotransmissores presentes no cérebro humano, os quais têm a função de regular o funcionamento da mente. Existem dois neurotransmissores que merecem uma atenção especial: a serotonina e a noradrenalina. Quando eles são produzidos em quantidade menor, os sintomas depressivos começam a aparecer.
Em casos assim, os tratamentos biológicos são eficazes, pois corrigem a formação desses neurotransmissores. A partir do uso de medicamentos prescritos pelo psiquiatra e também da prática da psicoterapia, é possível que a pessoa deprimida tenha qualidade de vida e até reverta o quadro.
Durante o tratamento contra a depressão, o apoio familiar e de amigos é muito importante. Por isso, frases como “reaja”, “tenha força de vontade” ou “se ajude” devem ser evitadas, para não aumentar a cobrança e sensação de culpa que o depressivo sente. A pessoa que deseja ajudar deve ter conhecimento sobre o tratamento e apoiar as orientações do médico e psicólogo, garantindo que o paciente esteja seguindo as recomendações no dia a dia.