É um estado psíquico em que a pessoa tem a crença infundada de que padece de uma doença grave. Costuma vir associada a um medo irracional da morte, a uma obsessão com sintomas ou defeitos físicos irrelevantes, preocupação e auto-observação constante do corpo e até às vezes, à descrença nos diagnósticos médicos.
Um grande contingente de pessoas saudáveis do ponto de vista clínico e laboratorial recorre diariamente a hospitais, consultórios e prontos-socorros, sempre reclamando de doenças graves. Inconformados com médicos e exames que indicam a inexistência de qualquer problema de saúde, muitas dessas pessoas saem dali direto para a avaliação de outro profissional, na expectativa de encontrar o diagnóstico sobre o mal que supostamente os acomete. A procura será em vão e aí pode estar o indício de uma doença real, embora essa ainda não seja imaginada pelo paciente. Trata-se da hipocondria ou a ‘mania de doença’, como é mais conhecido o mal que se caracteriza pela supervalorização de sintomas corriqueiros e perfeitamente normais.
A hipocondria pode vir associada ao transtorno obsessivo-compulsivo e à ansiedade.
Atualmente, a hipocondria é considerada uma desordem psicossomática. Artigos, matérias e programas vinculados na mídia e internet podem contribuir para a manifestação de quadros de hipocondria, principalmente quando descrevem casos de doenças que parecem obscuras e imprevisíveis, como câncer ou esclerose múltipla.
Pessoas que recebem cuidados excessivos com problemas de saúde menores ou tratamento superprotetor ao longo da vida, possuem maior chance de desenvolver hipocondria. Em certos indivíduos, é comum o histórico de membros da família ou amigos que morreram de doenças graves. Quando há um histórico de mortes prematuras na família ou amigos, algumas pessoas podem passar a desenvolver hipocondria, sobretudo quando estão próximas da idade em que o parente morreu. Em alguns casos, essas pessoas se queixam de sintomas correspondentes aos da doença que matou o seu conhecido, acreditando que pegou a doença ou adquiriu geneticamente. Quando há um histórico na família de doenças hereditárias e pessoas historicamente ansiosas ou não começam a se queixar dos mesmos sintomas, é importante primeiro consultar um médico para investigar a hipótese da existência dessa possível doença. Caso realmente não exista nenhuma relação e as queixas infundadas continuarem ao longo dos meses, é certa a origem psicológica.
A maioria das pessoas que se queixam de dores físicas ou sentem medo de doenças inexistentes, não estão fingindo ou delirando, mas sim experimentando os resultados naturais de outros problemas emocionais, tal como uma quantidade elevada de stress. O hipocondríaco realmente sente os sintomas, mesmo que eles sejam completamente irrelevantes, psicológicos ou oriundos de esforços normais.
Atualmente, a psiquiatria tem obtido bons resultados no tratamento desta condição.