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Além do estresse: burnout, síndrome do esgotamento profissional

É normal ficarmos estressados por acontecimentos do nosso dia a dia, principalmente com eventos estressores, que prejudicam nosso bem-estar. Até mesmo a rotina do trabalho ou estudo pode resultar num cansaço mental e físico no fim do expediente.

Mas, e quando o cansaço vai além do estresse rotineiro, quando provoca tensão emocional e estresse crônicos, causando desgaste físicos, mentais e psicológicos?

É o que chamamos de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional. É um transtorno ligado ao estresse que, de maneira insidiosa e progressiva, apresenta sintomas leves que podem ser confundidos com um estresse comum do dia a dia. Nesse momento, o indivíduo até pensa que é algo passageiro e que uma boa noite de sono resolverá o problema. Mas na verdade, o burnout trata-se de um quadro crônico. Sua evolução pode demorar anos, mas os sintomas são progressivamente mais severos.

Burnout
A Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o burnout na 11ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-11), considerando a síndrome como o esgotamento fruto do estresse crônico derivado do trabalho.

É um transtorno multifatorial relacionado à forma como a pessoa trabalha (frequência e intensidade) ou às condições do ambiente de trabalho. O desenvolvimento do transtorno é mais comum em casos de muita pressão e dupla jornada, por exemplo, na área da saúde, mas acomete profissionais de qualquer área.

Pode começar com baixa realização pessoal, sem prazer e sem enxergar sentido na sua posição, até em casos nos quais a pessoa tem o emprego dos sonhos. A sobrecarga deixa a pessoa irritada, com aversão à rotina profissional, distanciando-se mentalmente, nutrindo sentimentos negativos em relação ao emprego e aos colegas, sua eficiência é reduzida e o esgotamento toma conta dela. Também há sintomas depressivos, como desânimo, falta de vontade e cansaço exagerado.

Os sentimentos se estendem para a vida fora do trabalho, pois a pessoa enxerga a vida social e pessoal como algo sem importância, não dando atenção ao sono, à alimentação e ao lazer; sente-se vazia e apática.

Os sintomas do burnout podem ser:

agressividade e irritabilidade;
isolamento;
mudanças de humor repentina;
dificuldade de concentração;
lapsos de memória;
pessimismo;
baixa autoestima.

Enxaqueca, sudorese, palpitação, pressão alta, dor muscular, insônia, crises de asma e distúrbios gastrintestinais também podem estar associadas à síndrome.

Tratamento contra o burnout
O tratamento envolve a psiquiatria, com o uso de medicamentos, e a psicoterapia. A consulta ao psiquiatra é o primeiro passo, é essencial para controlar os sintomas, assim o paciente dedica tempo para o lazer, exercícios de relaxamento e atividade física regular, distanciando-se do trabalho.
O tratamento pode — e deve — ser simples e linear, para não prejudicar a vida pessoal e o desempenho profissional, bem como evitar dor física provocada pelos sintomas.
Aos primeiros sintomas, procure um médico psiquiatra!