O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é uma condição que, embora amplamente disseminada, só recentemente recebeu a devida atenção na Psiquiatria Brasileira. Este transtorno, desencadeado por eventos traumáticos como acidentes e violência, apresenta duas características essenciais: a exposição a ameaças de morte ou ferimentos graves, associada a uma intensa resposta de medo, desamparo ou horror, e a tríade psicopatológica, a sensação de re-experimentar o evento, a evitação de estímulos associados e a presença persistente de sintomas de hiperestimulação autonômica.
Em um país onde acidentes automobilísticos e violência são problemas de saúde pública significativos, esse transtorno não deveria ser subestimado. Diversos estudos são necessários para compreender melhor a prevalência e os impactos do TEPT no contexto brasileiro.
O diagnóstico desse transtorno é muitas vezes desafiador, pois clínicos e pacientes enfrentam barreiras de comunicação. O constrangimento em discutir eventos traumáticos, especialmente entre mulheres, destaca a importância de desenvolver programas de treinamento para a detecção precoce e o tratamento eficaz.
Abordar diretamente o tema é crucial, e os clínicos devem empregar uma abordagem empática e receptiva ao fazer perguntas específicas sobre possíveis eventos traumáticos. Mesmo quando as respostas são negativas, a persistência e a paciência são fundamentais para ganhar a confiança do paciente.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado do TEPT são passos cruciais para mitigar os impactos a longo prazo e promover a saúde mental em indivíduos que enfrentam eventos traumáticos. A conscientização e a educação continuada são fundamentais para superar as lacunas no reconhecimento e manejo do TEPT, proporcionando uma abordagem mais holística na prática clínica.
Fonte: https://www.scielo.br/j/rbp/a/yhBZ6h6cv6fXpq88GzxV47q/?lang=pt
